Big Brother Brasil está sendo criticado nas mídias por conta de conteúdo picante

Nem Jô Soares nem Corujão. O programa oficial da madrugada agora é comandado por Laisa e Yuri – não necessariamente nessa ordem, e sempre dependendo de quem tem a liderança. Um dia depois das cenas de sexo exibidas no pay-per-view da Globo, o casal-sensação do Big Brother Brasil se embolou de novo. E, como na véspera, a emissora deixou rolar a cena. Não viu? Não tem problema: o site do BBB e a edição se encarregam de mostrar para o Brasil que acabou a censura.

A mensagem é a seguinte: veja o que você está perdendo se não está vendo o BBB. E se faz necessária, para Boninho e sua equipe, pela falta de algo que motive a audiência. Indica também um beco sem saída para o programa. Afinal, sem sexo, o telespectador não quer.

A Globo até tentou. Depois das cenas da suspeita de abuso sexual, envolvendo Daniel e Monique, a bebida foi reduzida, imagens do edredom sumiram do pay-per-view e até os brothers se acanharam. Não deu certo, e é provável que o perfil ‘pouca roupa, muita disposição’ da fórmula de Boninho tenha sido decisivo para o programa se tornar refém desse tipo de perfil. Em um momento raro do BBB, a edição da noite de quinta-feira mostrou as cenas mais leves do sexo entre Laisa e Yuri. Mas o fato novo é ter mostrado, por mais editadas que tenham sido, essas imagens. Um sinal claro do novo perfil do programa.

Nem sempre foi assim. Nas primeiras edições havia a disposição da produção em dar visibilidade a pessoas mais comuns, menos preocupadas com a academia, e com o objetivo de ganhar o prêmio de 500 mil do programa. As mulheres interessadas em posar nuas sempre fizeram parte do elenco montado por Boninho, mas não eram a maioria nas edições. E no início, acredite, edredom era algo realmente usado para proteger do frio. Por essa casa ‘mais família’ passaram Vovô Nono e Vovó Naná. A moça bobinha, vivida por Ana Carolina, o rapaz ingênuo, encarnado por Kleber Bambam, a mulher bonita e sem vulgaridade, como Grazi Massafera, não têm mais espaço nesse novo desenho da mansão. Terminaram as divisões de grupos por classe social, como no BBB 4, que premiou Cida.

Antes, havia participantes escolhidos por sorteio ao vivo. Um risco enorme para o formato atual do BBB, no qual os brothers são chamados à casa por olheiros. A preferência agora é por sarados ou participantes com histórico de pavio curto para incendiar a casa. No BBB 11 o problema – ou a a característica – foi parecida. A escolha centrada em figuras que podem render romances tórridos ou bate-bocas exaltados deixou o programa dependente de Maria – a vencedora, chamada de garota de programa por outros participantes – e de Daniel, o que se esfregava no coqueiro. Na edição atual, fora o casal Laisa e Yuri, a história que fará o programa ser lembrado é a de Monique e Daniel – no momento desenrolando-se também na polícia.

A conclusão óbvia é de que o programa, no formato atual, é carente de histórias. Quem é mocinho? Quem é vilão? Em vez disso, a pergunta é quem vai pegar quem. E só. Repete-se assim a rotina: manhã com sol, piscina e academia, tarde de ócio, festa e bebedeira, movimentos no edredom. Se até os brothers enjoam, imagine o público.